Pode pensar-se que as cores dos cintos tiveram uma origem muito antiga mas na verdade foi bem mais recente.
Nem todas as modalidades seguem a mesma sequência de cores mas o espírito da sua origem mantém-se, e a base do sistema é a do fundador do judo.
Se associado à cor de cada cinto estiver uma razão de escolha, o que parece lógico já que na cultura asiática tudo acontece com um significado próprio, essa razão pode ter várias interpretações mas quase todas elas são bastante semelhantes e tem a ver com o significado comumente atribuído a cada cor. Assim, sem nascer de uma escolha aleatória, as cores dos cintos tem uma sequência simbólica que lhe dá a razão de ser.
Branco - início, ovo, virgindade. O aluno está a iniciar, encontra-se a zero é uma simples semente deitada à terra.
Amarelo - luz, raio solar, quente. O desabrochar da semente.
Laranja - intensidade da luz solar, quente, o nascer do sol, inicio da primavera. O aluno começa a nascer, a formar-se e a fortalecer-se na via.
Azul - céu, altura, elevação, vastidão representada pelo mar. O aluno cresce e toma consciência das metas que quer alcançar. Está entre a Terra e o Céu, com o espírito consciente de tudo o que o rodeia "Fortalecimento da mente"
Verde - primavera, força, perseverança. Tal como uma planta que se desenvolve em direção ao céu também o aluno alicerça os seus conhecimentos. É uma fase intermédia no seu percurso para dan."Fortalecimento do Ki"
Castanho - outono, amadurecimento, consolidação. Uma etapa a atingir. A partir daí será a consolidação e o reaprender para caminhar seguro na via. Em tudo é a cor que antecede o preto.
Preto - para além da luz, espaço do desconhecido que dará origem a nova luz. O aluno - que comparámos a uma semente que germina na Terra, cresce e fortalece-se com as forças do Sol - ao atingir este nível, está para além do Sol, em busca de uma nova descoberta, sem horizonte palpável, e nesse caminho deitará novas sementes para germinarem. Não é o fim de um ciclo, é antes um novo ciclo.
Outras interpretações vamos encontrar nas mais diversas escolas de artes marciais, mas em todas o mesmo principio: as cores dos cintos representam as várias etapas na via. Para alguns será sinal de evolução da mestria que almejam, para outros os simples passos normais de quem progride na busca do conhecimento. Para os primeiros o cinto preto é sinal de fim de percurso, como o guerreiro que adormece depois da batalha, para os segundos uma vida de busca, como o guerreiro que depois da batalha se mantém alerta porque sabe que novas batalhas o chamam.